quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Sobre a Segurança Pública


WANDERLEY SOARES

Meia-colher na segurança pública

Uma discussão nacional em busca de soluções que contemple todos os estados e municípios ainda não começou.

A segurança pública do país não carece de um restauro, pois não é possível restaurar um prédio cujas colunas mestras apresentam rachaduras com progressão irreversível. Diante disso, o que tem sido feito nas últimas décadas são reformas confiadas a pedreiros da categoria meia-colher, cujas tapeações até podem durar alguns anos. Isso resulta em desabamentos cíclicos que, quando ocorrem, lá são chamados profissionais daquela mesma categoria, pois são mais baratos e dão menos incomodação. De meia- colher em meia-colher, a segurança pública faliu. Esta falência – vou continuar ferindo esta tecla – é reconhecida, de forma explícita, sem escorregadelas, pelo titular da Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública), órgão do Ministério da Justiça, professor Ricardo Brisolla Balestreri. Dentro desta moldura, a expectativa da sociedade que, em geral, não percebe a ação dos pedreiros de meia-colher, é de que haja uma preocupação dos governos estaduais, através de seus executivos, no sentido de encontrar um caminho que tenha seu cerne nas decisões do governo federal com repercussão proporcional, permanente, em todos os estados e municípios. Não é isso o que ocorre.

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