No último dia sete de abril, no Rio de Janeiro, ocorreu um brutal assassinato em série de, pelo menos, doze crianças, dentro de uma escola de bairro. Dizem uns que o seu autor sofria de alguma doença mental, não diagnosticada ou não tratada a tempo.
Por que ele cometeu tal desatino ? Porque ele foi uma criança adotada ou porque saiu de casa muito cedo e foi morar sozinho ? Porque sofreu más influências e não soube resistir ? Talvez todas essas especulações sejam verdadeiras e prováveis concausas para o morticínio noticiado no país inteiro e com repercussão internacional.
Algumas pessoas, algumas entidades, algumas organizações – poucas, é verdade - têm agido de forma a proteger os jovens dos vícios que vêm da falta de ocupação, de disciplina, de limites, complementando ou fornecendo exemplos que eles não têm em casa.
É o caso de uma comunitária escola de música, com aulas para iniciantes e para já praticantes, com ênfase nos jovens, a partir dos 10/11 anos, que funciona em salas do Colégio Estadual Júlio de Castilhos. Ali, durante a semana e aos sábados, eles freqüentam aulas de iniciação musical e, evoluindo, passam a tocar na banda.
Um grupo de ex-integrantes da Banda Marcial Juliana, ‘bandeiros’ na década de 60, alunos do Julinho, há quatro anos reativou a sua banda, extinta desde 1972. E de lá para cá, essa banda já conquistou um campeonato sul-brasileiro, dois campeonatos e dois vice-campeonatos estaduais, já fez cerca de cem apresentações, em todo o Estado.
Essa iniciativa é bancada exclusivamente por uma associação, que recebe em seus quadros de colaboradores pessoas interessadas nesse projeto. As contribuições assim recebidas são investidas integralmente na escola de música e na banda.
A idéia já está funcionando e pode melhorar ainda mais. E certamente ela está colaborando para reduzir a violência em nossa sociedade.
Essa atividade tem cunho social, de integração comunitária, visa a educar os jovens, afastá-los das ruas, dar-lhes a possibilidade de terem na música uma profissão, evitar que se percam no vício e na malandragem.
Temos certeza de que esses jovens e adultos jamais estarão nas manchetes de jornais ou nos noticiários de televisão, apontados como criminosos.
Texto por: Marciano Renan Lisbôa da Silva – 51 9965 5852.