quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Jornalista Wanderley Soares


WANDERLEY SOARES

A política das boas intenções.

A complexidade das questões da segurança pública exige projetos que tenham a velocidade e a precisão das balas da bandidagem.

Embora a segurança pública esteja, há pelo menos 20 anos, no topo das discussões dos Três Poderes e de todos os segmentos da sociedade, inclusive os religiosos, não existe um só projeto, quer do Legislativo, quer do Executivo (o Judiciário não age ex-fficio), que tenha total abrangência sobre o espectro da violência e da criminalidade e, nisso, se incluiu o Pronasci (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania). Este programa merece todo o respeito, independente de algumas tintas políticas-eleitoreiras, como uma carta de boas intenções que me faz lembrar uma salada mista, que tem um pouco de tudo e quase nada do que melhor poderia ter.

Permito-me citar, hoje, apenas uma parte do texto de abertura e apresentação do Pronasci: “Valorização dos profissionais da segurança pública.” Tal item, além de ser de uma obviedade acaciana, não encontra, há muitos anos, amparo nas políticas da segurança dos governos estaduais, que não dão mostras de sofrer, com a urgência necessária, qualquer alteração importante. As organizações policiais do RS, que se apresentam como as de mais alto nível profissional do país – não sei bem como isso é dimensionado – também se destacam pelos mais baixos salários. Além disso, os efetivos estão em constante queda e os períodos de treinamento de novos policiais estão reduzidos a um mínimo de horas/aula. Ainda não entendi a receita do Pronasci, tirante as boas intenções, para valorizar os profissionais da segurança pública.


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