segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Wanderley Soares O Sul


WANDERLEY SOARES
A missão mágica dos órgãos policiais.
As questões da violência e da criminalidade são tratadas em compartimentos estanques.
Um assassinato, a cada duas horas, foi registrado, durante o último fim de semana no Estado. Cada homicídio consumado é um caso de polícia, seja com autor conhecido ou não. Antes disso, a polícia ostensiva rarefeita e uma policia judiciária impossibilitada de acelerar processos que possam, pelo menos, assustar os autores de delitos, notadamente os profissionais do crime, têm parte mínima nesse flagelo social. De um lado, os órgãos da segurança pública não possuem efetivo nem instrumentos que possibilitem um enfrentamento ininterrupto, 24 horas por dia contra as estruturas do crime organizado e as ações contra essas fortalezas são, obrigatoriamente, eventuais. De outra banda, o governo mascara sua fragilidade para trabalhar na área da violência ao transferir para uma polícia mal paga e despovoada a missão mágica de controlar o comportamento não só dos chefões do crime como o das populações famintas, sem escola, sem moradia, sem saneamento, sem emprego e que estão cercadas pelas propostas, de vida ou morte, de traficantes de drogas, de armas, de criaturas humanas. O governo trata – quando trata – destas questões em compartimentos estanques, o que leva a um resultado, mais do que zero, atrapalhado.

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