quarta-feira, 25 de junho de 2008

Correio do Povo 24/06/08





Movimento Chega de Violência equipa Polícia e BM

O Movimento Chega de Violência está mobilizado para reequipar a Polícia Civil e a Brigada Militar. A intenção é, em 30 dias, repassar 60 coletes à prova de balas às organizações, sendo 40 destinados a PMs e 20 a inspetores. 'Vamos qualificar a segurança desses servidores que arriscam a vida no combate à criminalidade', salientou a presidente da organização não-governamental (ONG), procuradora do Estado aposentada Helena Raya Ibañez. Os equipamentos serão adquiridos com recursos arrecadados em rifas, jantares beneficentes e no concerto do pianista Miguel Proença, realizado em 22 de junho no Teatro do Sesi. A iniciativa marca o encerramento de sua gestão à frente do Chega de Violência. A advogada Corina Breton assumirá, em 1º de julho, a presidência com a promessa de dar prosseguimento às ações em prol da segurança. Nos três anos em que esteve à frente do movimento, Helena também auxiliou a Guarda Municipal. 'Custeamos reparos de viaturas, incluindo automóveis e motos, e a reforma de uma sala.' Ela defende a necessidade de a sociedade se engajar em movimentos sociais que colaborem para atenuar os efeitos da violência urbana. 'O efetivo policial é reduzido. A BM conta com cerca de 24 mil PMs para os 496 municípios. Sabemos que o número deveria ser muito maior', ressaltou Helena, também presidente da Comissão Especial de Políticas Criminais e Segurança Pública da OAB-RS e vice–presidente do Instituto dos Advogados do RS. Segundo ela, é lamentável que o Estado, além de enfrentar dificuldades financeiras, tenha que conviver com as perdas decorrentes da corrupção apurada no Detran. O Chega de Violência nasceu em janeiro de 2005 e foi institucionalizado em 2006, em uma assembléia realizada na Câmara de Porto Alegre.

Um comentário:

  1. SOCIEDADE OMISSA

    Escrito em 20/01/2002
    Autor: Heitor Monteiro Lima

    Diz a lenda, que a avestruz, quando perseguido, enfia a cabeça num buraco deixando o resto do corpo exposto. Nossa Sociedade adota atitude idêntica quando se trata do controle da natalidade. Em defesa de sua posição, afirma que os dados do IBGE mostram que o crescimento populacional está declinando em nosso País.

    Trata-se de grande falácia, pois aquele Instituto não faz pesquisas estratificadas por classe social. Foi essa a resposta recebida a um “e-mail” a eles enviado sobre este assunto. Os dois últimos Censos Nacionais mostram que nosso crescimento populacional não chega a três pontos percentuais. Na verdade, ocorre que esse crescimento populacional nas classes sociais menos favorecidas é ainda deveras assustador. A mídia ao divulgar catástrofes, tais como enchentes, secas ou outras tragédias, focaliza as famílias atingidas, sempre as mais pobres, que habitam barracos miseráveis e, na sua maioria, tendo mais de cinco ou seis filhos.

    A revista Veja, edição 1735, de 23/01/2002, em seu artigo “Miséria o grande desafio do Brasil”, menciona: – “Há 30 milhões de pessoas vivendo com extrema dificuldade, com renda mensal per capita inferior a 80 reais”.

    Cabe perguntar à Sociedade, o que ela poderá fazer para que esses pobres excluídos possam ter esperança de uma vida futura com melhores perspectivas e qualidade. Terá ela (sociedade) capacidade de suportar mais tributos, suficiente para que o governo possa proporcionar saúde, educação, segurança e ainda direcionar recursos para investimentos que venham a gerar empregos para que essa massa de excluídos tenha adequada condições de sobrevivência, crie sua prole e ainda usufrua uma razoável qualidade de vida?

    Não havendo resposta, é de se esperar que a maioria desses desamparados e despreparados, sem acesso à educação e conseqüentemente sem outras perspectivas, encontre na criminalidade, no tráfico de drogas, nos roubos e nos assaltos, o seu meio de subsistência. E para se iniciarem nesse caminho basta à vontade e um canivete à mão.





    Conviver com a criminalidade é parte do nosso dia a dia e somos coniventes com isso, pois conhecemos a causa e procedemos como o avestruz da lenda, sem coragem para atacar o problema na sua verdadeira raiz. Preferimos viver como animais cativos, isolados em nossas casas, cercados de grades ou tecnologia protetoras, declinando da convivência social e do ir e vir sem medo. Optamos por nosso estresse diário ante os assaltos, alguns fatais, os seqüestros relâmpagos e/ou alguma bala perdida.

    Sérgio da Costa Franco (colunista), em seu excelente artigo na Zero Hora de 20/01/02, menciona: - ”Causa-nos alarme que nenhum partido político inclua em seu programa ou submeta ao debate público a questão do controle da natalidade”.

    Porque o fariam, se foram eles mesmos que aprovaram o voto do analfabeto, para manobrar essa massa de desinformados, com as suas tiradas demagógicas, em busca de sucessos eleitorais? Em suas pregações investem contra a má distribuição de renda no País, esquecendo-se - ou omitindo - que ela é o resultado da equação cujo numerador é a renda nacional e o denominador a sua população, ou seja: a renda total dividida pelo número de habitantes. Ora, se a população cresce mais do que a renda é impossível melhorar a sua distribuição.

    O governo, por sua vez, não tem demonstrado possuir vontade política firme para resolver essa situação. Resta à Sociedade “desenterrar a cabeça” e lutar por melhores condições de vida para os excluídos e para si própria. É extremamente urgente e necessário que se adote um projeto sério de planejamento familiar, com efetivo controle da natalidade por todos os meios disponíveis, com o apoio do governo, das ONGS e da população esclarecida. Urge evitar que as gerações futuras venham a se defrontar com uma situação catastrófica e irreversível.
    Nossa alienação é autófágica.

    Pelo visto tudo continua igual ou pior.
    Heitor

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